A ideia que homens são de Marte e mulheres são de Vênus pode parecer fora de moda ou até mesmo sexista, mas um estudo recente sugere que pode existir certa verdade nela - pelo menos quando se trata de como os homens e as mulheres tendem a ver a traição.
A pesquisa sugere que, entre casais heterossexuais, é mais provável que um homem se perturbe mais com a infidelidade sexual, já as mulheres com a infidelidade emocional. O estudo, recentemente publicado na revista Archives of Sexual Behavior (ou Arquivos de Comportamentos Sexuais”, em tradução livre), foi baseado em uma pesquisa com 63.894 participantes, entre eles lésbicas, bissexuais e heterossexuais que visitaram o site da msnbc.com no ano de 2007.
O ponto central da pesquisa foi esta sugestão: "Tire um momento para imaginar quais das seguintes situações seria mais perturbadora ou angustiante para você." Os participantes da pesquisa podiam então escolher entre duas opções: "Você descobriu que seu parceiro está tendo um relacionamento sexual com outra pessoa (mas não se apaixonou por esta pessoa)" ou "você descobriu que seu parceiro se apaixonou por outra pessoa (mas não tem um relacionamento sexual com esta pessoa)".
Aqui entra a parte de Marte e Vênus. Entre os heterossexuais, os homens eram mais propensos do que as mulheres a se sentirem perturbados com a infidelidade sexual do que com a infidelidade emocional (54 por cento versus 35 por cento). Isso era verdade entre diferentes níveis de renda, tipos de relacionamento, paternidade e até mesmo histórico de infidelidade. Estudos anteriores descobriram isso antes, mas este estudo descobriu algo novo: apesar de mais da metade dos homens heterossexuais ficarem mais perturbados pela infidelidade sexual, apenas cerca de 30 por cento de todos os outros grupos sexuais e de gênero se sentiam da mesma forma - as mulheres heterossexuais, homens e mulheres gays e os bissexuais estavam muito mais preocupados com um caso emocional do que um sexual.
Então, o que distingue os homens heterossexuais? De acordo com os psicólogos evolucionistas, a incerteza com a paternidade era a culpada pela diferença. Os homens nem sempre têm certeza se eles são realmente os pais dos filhos de sua parceira, e mesmo assim eles são capazes de investir muito tempo e recursos na educação dos filhos. Então, todo aquele ciúme sexual pode ser uma medida de proteção - ao invés de se arriscarem desperdiçar energia em prol dos filhos de outra pessoa, o ciúme dos homens pode desencadear respostas para que eles se certifiquem que sua parceira produza descendentes com seus genes. Um homem ciumento pode responder a uma ameaça intimidando potenciais rivais sexuais ou cortejando sua parceira e sendo mais amoroso e afetuoso, se ele acha que ela pode enganá-lo.
As mulheres heterossexuais, por outro lado, podem estar mais preocupadas com uma questão emocional, pois isso pode colocar o futuro de sua prol em risco. Visto de uma perspectiva evolucionária, as mulheres têm muitos custos obrigatórios associados com a educação dos filhos, desde os nove meses de gravidez até a preocupação com a resposta emocional das crianças. Se um pai se apaixona por um nova parceira, ele pode deixar sua família e dedicar recursos emocionais e materiais para a nova mulher, pondo em risco a vida de seu filho.
Claro que essas perspectivas são apenas hipóteses e representam o homem ou a mulher médio; até David Frederick, o professor assistente de psicologia na Universidade de Chapman e co-autor do estudo, disse que os ambientes sociais podem manipular esses sistemas mentais evoluídos e os seres humanos são muito mais sutis do que os resultados da pesquisa sugerem. Dito isto, a diferença de gênero quando se trata de infidelidade parece ser bastante robusta nas culturas estudadas até o momento.
Curiosamente, Robert Weiss, a assistente social e diretora de programas de distúrbios sexuais e de intimidade para o centro de tratamento do Elements Behavioral Health, disse ao The Huffington Post que estes resultados estão alinhados com o que viu em sua prática clínica. Os homens, ele disse, tendem a considerarem os casos sexuais e emocionais, como uma ferida ao seu ego, enquanto as mulheres olham à infidelidade de forma mais holística.
"Para as mulheres, se o indivíduo sai por aí e tem um caso emocional com alguém, isso coloca toda a sua vida em perigo", disse Weiss. "Ela está pensando nos seus filhos, família, casamento, casa e finanças - ela está pensando em um âmbito maior e mais amplo Como posso proteger a minha família e eu mesma?".
É importante ressaltar que há muitos homens no estudo que se perturbaram mais com a infidelidade emocional e muitas mulheres com a infidelidade sexual. Em vez de fazer qualquer generalização arrebatadora e mandar seu parceiro para um planeta emocional diferente, talvez seja melhor simplesmente considerar estes resultados como uma porta de entrada para criar empatia no seu relacionamento.
"Só tenha em mente que o tipo de infidelidade que pode ser mais perturbador para você, se você já passou por isso, do que para o seu parceiro", disse Frederick.
(PELO QUE FOI DITO AQUI, PARECE QUE A DEPENDÊNCIA DA MULHER AINDA É FINANCEIRA, OU SEJA, RELATIVA A SUA SOBREVIVÊNCIA E A DOS FILHOS. ESSA ME PARECE UMA VISÃO ULTRAPASSADA, JÁ QUE MUITAS MULHERES TRABALHAM E CONSEGUEM SE SUSTENTAR SEM PRECISAR DE UM HOMEM.
JÁ OS HOMENS TEM UM SENTIMENTO DE POSSE EM RELAÇÃO AS MULHERES. ELE VÊ A MULHER COMO UMA "PROPRIEDADE" DELE, DA QUAL APENAS ELE PODE USUFRUIR, OU SEJA, MACHISMO.)
Fonte: http://www.brasilpost.com.br/2015/01/29/traicao-homem-mulher_n_6573662.html
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