“Ela sabia conduzir as coisas, sabia a hora
de ser incisiva, mas também sabia a hora de dar espaço, de me dar tempo, e
agora era um desses momentos, ela sabia que eu precisava de um tempo para
“digerir” tudo isso, não era uma mudança fácil, era quase um parto, teria que
nascer novamente, me redescobrir, apagar todos os conceitos com os quais vivi
por toda minha vida, e passar a ver as coisas com os olhos dela. Mas de uma
coisa eu tinha certeza, eu nunca mais seria o mesmo.”
“- Entendeu meu amor, que nossa relação não muda por causa de coisas
como essas?
- Eu sei exatamente o que você está tentando provar.
- Então você concorda comigo agora?
- Não sei, você sabe que tudo isso é novo para mim, não da para mudar
assim de uma hora para a outra.”
“Nesse momento a única certeza que eu tinha
era de que havia comido mais um pouco do fruto proibido, a serpente mais uma
vez conseguiu o que queria.”
“Voltei a olhar para Márcia, o olhar dela
era de puro desejo, eu estava confuso, tinha ao meu lado uma mulher linda, se
dizendo atraída por mim, e o que é o pior, uma mulher que já tinha ido para a
cama comigo. Do outro lado minha mulher dançava com outro homem, e segundo
Márcia, Sílvia estava atraída pelo marido dela. Tudo isso, somado ao whisky que
já tinha bebido, me deixava tonto, não sabia o que pensar, só sei que sentia
duas coisas ao mesmo tempo, ciúme e tesão.”
“E tem mais uma coisa, sua mulher é exibicionista,
adora se exibir, se pudesse dançaria sozinha na pista com todos olhando. Então
se acostume com os olhares que ela atrai. Ela adora ser o centro das atenções.
Isso a excita, lembra da piscina no resort?”
“Sílvia pegou o gelo que estava no copo, segurou
em sua mão, depois chegou bem perto do bico do peito de Márcia, quase tocando-o
com o gelo, então parou, olhou fixamente para mim, e deixou que o gelo tocasse
Márcia, ela esfregou o gelo no bico de Márcia que gemeu ao sentir o contato do
gelo com sua pele fina. Depois Sílvia ficou alternando, indo de um seio para o
outro, Márcia delirava, nesse momento Sílvia olhou para Roberto. Ele ainda se
mantinha imóvel, mas já era possível perceber a sua excitação.”
“Por um instante me detive vendo os dois, vi
novamente minha mulher tendo prazer com outro homem, e o efeito não foi
diferente do da vez anterior, me excitei, senti tesão, misturado com um pouco
de ciúme também.”
“O ar parecia que estava mais pesado, mais
difícil de respirar, o clima tinha mudado. Gustavo então falou para Sílvia:
- O preto lhe cai
muito bem, acho que combina com você. Deveria usa-lo sempre.
Havia uma certa ironia nas palavras dele.”
“- Eu pensei que isso ia se restringir a mim e ao Roberto.
- Onde está escrito isso?....rs
- Não é o bastante para você?
- O que você acha?...rs
Depois dessa conversa ela não falou mais no
assunto, mas fiquei com um pressentimento que isso poderia não parar por ai,
ela nunca tinha saído com outro homem além do Roberto, de certa forma já havia
um acordo entre os casais, e eu já tinha me acostumado com essa situação, mas
isso não era garantia de nada. Mais uma vez ela estava querendo subverter as
regras.”
“- Você perdeu completamente o juízo.
- Acho que nunca tive...rsrs... Foi delicioso, adorei.”
“Nos deitamos na cama e foi nessa hora que
deu para perceber algumas marcas nela, marcas roxas, as marcas estavam nas
pernas e nos braços. Quis saber que marcas eram aquelas.
- Você está cheia de marcas pelo corpo, que marcas são essas?
- Acho que exageraram na dose....rs”
“- Louca!
- Muito louca, você não tem noção do quanto eu posso ser louca.”
“Eu não conseguia me conter, ela me
manipulava, me deixava louco de tesão, aos poucos o ciúme ia dando lugar ao
tesão, ela mexia sentada em mim, mas me controlava, não queria que eu gozasse,
queria apenas me deixar nesse estado de loucura inconsciente, por que somente
nesse estado eu iria aguentar ouvir o que ela ainda tinha para contar.”
“- Você podia ter sido estuprada, sabia?
- E não foi um estupro?...rs
- Talvez tenha sido mesmo.
- Mas foi um estupro consentido...rsrs”
“A falta de limites dela me preocupava,
desde que isso tudo começou ela passou a querer experimentar de tudo. Eu já não
tinha mais noção do que poderia acontecer, e o que é pior, estava me levando
junto, eu não conseguia resistir. Minha cabeça estava dando voltas, não sabia
como ela conseguia me fazer sentir tudo aquilo. Minha lucidez e minha sanidade
já não serviam de mais nada.
Eu me sentia
corrompido por ela, aos poucos fui sendo modificado, moldado, ela foi retirando
cada uma das minhas “travas”, até não restar mais nenhuma, me fez ser como ela.
Às vezes me sentia culpado, culpado por ter aceitado o seu jogo, mas ao mesmo
tempo me libertava para pensar, imaginar, e sentir. Sentir tudo que eu já
poderia ter sentido antes. Isso estava se tornando um vício, e ela me dava
doses cada vez maiores, a “droga” estava cada vez mais presente no meu sangue,
e o que é pior, eu estava gostando.”