Depois de assistir ao filme me peguei pensando em como limitamos nossas vidas de acordo com o que esperam de nós. Esperam que a gente siga uma cartilha, que a gente dê o próximo passo, que sigamos o que é certo. Mas o que significa tudo isso para nós? O que é real para cada um de nós?
Relacionamentos são mais ou menos verdadeiros, mas isso não tem nada a ver com a maneira como você conheceu o outro ou sobre a distância física entre vocês. Eles são mais ou menos reais de acordo com o quanto você e a outra pessoa se permitem viver aquilo de verdade.
O amor não é físico. Ele é uma troca de experiências, cumplicidade, é ouvir o que o outro diz mesmo sem que ele diga. É entender o outro, respeitar seus medos, inseguranças, deixá-lo mais feliz, seguro, esperançoso. E é tudo isso que faz o filme tão bonito. Falar sobre a capacidade que temos de amar o outro por suas ideias e não pela maneira como o outro se apresenta.
A maneira que enxergamos o mundo e o outro, o otimismo, a vontade de conhecer a outra pessoa a fundo, saber o que ela está pensando e dividir cada pequena novidade que aparece na sua cabeça. O começo dos relacionamentos, a leveza que carregamos conosco e que, invariavelmente, vai se esvaindo e dando lugar a preocupações, questionamentos e cobranças.
Tudo isso é comum a todos os relacionamentos. Todos. O começo é sempre uma festa, mas nossa insegurança começa a dar as caras quando notamos que a pessoa que está conosco tem outros interesses, que se interessa – mesmo que não romanticamente – por outras pessoas e consegue ficar sem nós mais tempo do que gostaríamos. É o mito do amor romântico, do conto de fadas, se virando contra nós.
Somos pessoas independentes, cheias de curiosidades e interesses que, no primeiro momento, fizeram com que o outro nos olhasse. Mas tudo isso não termina depois de encontrar um grande amor, tudo isso caminha em paralelo. Continuamos mudando, a cada segundo, a nos interessando por novos livros, filmes, músicas. Um relacionamento tem sucesso quando as duas pessoas passam juntas por transformações e ainda seguem pelo mesmo caminho. Se fechar em um casulo é o primeiro passo para o fracasso de um relacionamento.
“Ela” fala sobre tudo isso, se você o assistir de braços abertos. O filme vai tocar no mais delicado e escondido sentimento que há em você, se você permitir. Relacionamentos, solidão e nossas dificuldades de entender e respeitar o outro – mesmo o outro que amamos – são tratadas de sem passar a mão na cabeça e nos ajuda a olhar para nós mesmo e ter vontade de voltar a ser leve.
Fonte: http://br.mulher.yahoo.com/blogs/preliminares/o-papel-amor-rom%C3%A2ntico-e-da-depend%C3%AAncia-nos-092827724.html
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