Regina Navarro Lins
Comentando o “Se eu fosse você''
A questão da semana é o caso do internauta que tem uma namorada que o excita, deixa-o louco de tesão e, de repente, interrompe tudo com qualquer desculpa.
O psicoterapeuta e escritor José Ângelo Gaiarsa resume, em um dos seus livros, a perspectiva do real prazer sexual quando afirma que só seremos sexualmente satisfeitos no dia que pudermos ter relações sexuais quando tivermos vontade, com quem tivermos vontade, do modo que for melhor para mim e para o parceiro (a).
Observamos que cada vez um número maior de pessoas busca o prazer através de relações sexuais mais livres, respeitando o próprio desejo e o modo mais satisfatório para os envolvidos. Entretanto, como antigamente, ainda encontrarmos mulheres que usam seu sexo para conseguir alguma coisa do homem.
Esse é um hábito que vem de longe. Com a extinção da sociedade de parceria, há cerca de 5000 anos, a mulher se tornou uma simples mercadoria. Viu-se obrigada, então, a utilizar a única arma que tinha para se defender: seu corpo. Dessa forma, controlava as necessidades sexuais masculinas e obtinha em troca vantagens e também presentes como jóias, roupas e perfumes.
Os tempos mudaram, novos valores surgiram, mas o longo período de submissão ao homem deixou marcas profundas na mulher. Muitas não conseguiram desistir da ideia de que só tendo o domínio da satisfação sexual masculina teriam benefícios.
Até algumas décadas atrás, a obsessão das mães pela virgindade das filhas se devia justamente a isso. Para garantir que o noivo não escaparia de se tornar marido, as moças não deveriam ter, em hipótese alguma, relação sexual antes do casamento. Que motivo, afinal, ele teria para se casar depois? É evidente que, sem perceber, aceitavam como natural fazer uso do próprio sexo como chamariz para atingir um objetivo.
Neste período de transição das mentalidades, observamos comportamentos variando de um extremo conservadorismo a uma surpreendente inovação. Muitas mulheres se sentem aptas, em todas as áreas, incluindo a sexual, para estabelecer relações de igualdade e parceria com os homens. Outras, continuam com dificuldade de participar de uma relação amorosa de troca, em que um não seja superior ao outro. O mesmo ocorre com o homem em relação à mulher.
Não é raro encontrarmos homens que usam seu pênis como uma ferramenta que ignora a angústia, o medo, o cansaço ou qualquer outro sentimento, transformando-o em algo separado deles. Da mesma forma, existem mulheres que negam sua vagina como órgão de prazer, transformando-a em arma na relação com o homem.
E isso pode se manifestar de várias formas. Desde a recusa de fazer sexo com um homem nos primeiros encontros, com o único objetivo de assegurar a continuidade da relação, até o hábito de excitar o namorado ou marido ao máximo e na última hora desistir, apostando no desejo insatisfeito dele como garantia de submissão. Sem contar que nas relações estáveis a recusa do sexo também é usada com frequência como punição ou castigo.
Fonte: http://reginanavarro.blogosfera.uol.com.br/2014/08/30/sexo-como-arma/
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