segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

CAP. 7 - AS UVAS - PAG. 1

       O meu desafio era tentar retribuir aquilo que Sílvia me proporcionava, mas é claro que a situação não me deixava muitas aberturas, então tinha que me contentar em fazer pequenos agrados. Durante nossas conversas percebi que ela gostava de contos eróticos, histórias, isso a excitava, ai Sílvia começou a me induzir a escrever, eu aleguei que não tinha a menor vocação para isso, mas Sílvia insistiu, e como de costume, conseguiu me convencer.
       Então fiz um rascunho, inventei uma história, claro que tomei como base uma coisa que já tinha lido, estava cheio de dúvidas, não sabia de que forma abordar o tema, se devia ser explícito ou não, enfim, fiz o melhor que pude e mandei, eram umas duas ou três páginas. Esperei Sílvia ler, não levou muito tempo, Sílvia então respondeu o e-mail, eu estava ansioso para saber o que tinha achado, e ao mesmo tempo estava com medo, podia não ter gostado, mas para minha surpresa e felicidade, Sílvia gostou.
       Esse pequeno conto erótico abriu uma nova fase na nossa relação, Sílvia passou a querer esse tipo de e-mail com uma certa frequência, e quando eu demorava a enviar, era cobrado. Teve um dia que a coisa estava complicada para o lado dela, muitas coisas para resolver, problemas, ou seja, um dia daqueles, ai eu achei que poderia lhe dar um certo alívio, escrevi alguma coisa, sem avisar mandei o e-mail, e coloquei no assunto do e-mail apenas “UVAS”, no corpo do e-mail escrevi assim: “quando estamos no meio do deserto nada melhor que um oásis cheio de uvas...rsr... espero que essas uvas refresquem o seu dia”, Sílvia leu o e-mail e respondeu: “adorei as uvas...rs”, daquele dia em diante, os e-mails que tinham os contos passaram a ser intitulados como “uvas”.
       Sílvia era muito esperta, e como forma de me estimular, passou a me enviar fotos das lingeries dela quase que diariamente, sabia os efeitos que isso teria sobre mim, eu excitado seria um escritor ainda melhor, e eu fui me aperfeiçoando nisso. Como todo escritor que se preza, eu queria saber se o meu público estava apreciando o meu trabalho, então passei a ligar logo assim que Sílvia lia, e todas as vezes que eu ligava ela estava visivelmente excitada, eu nunca imaginei que aquilo ia causar um efeito tão grande sobre ela.
       Falar comigo naquele estado era o mesmo que pedir para jogar álcool na fogueira, eu perdia a noção, senti-la daquele jeito me dava uma vontade louca de possui-la. A provocação passou a ser explícita, Sílvia me dizia as partes que mais tinha gostado, eu de minha parte retribuía dizendo o que gostaria de fazer, houve dias em que Sílvia perdeu o controle, me dizia o estado em que estava, dizia que estava completamente molhada, isso me deixava louco, a provocação aumentava a cada dia.
       Houve dias em que após degustar as uvas, Sílvia ia para o banheiro se masturbar, aquilo me deixava alucinado, então passei a escrever ainda mais, era tudo que Sílvia queria, isso virou um “ciclo erótico”. Eu sabia o que acontecia cada vez que Sílvia lia as uvas, eu disse que queria ouvir enquanto ela estivesse se masturbando, claro que ela ia negar, algumas vezes tentei ligar, mas ela não atendeu, isso me deixava doido, eu sabia o que ela estava fazendo, ficava louco imaginando, na minha cabeça eu via a cena toda, claro que eu não resistia e acabava fazendo o mesmo que ela.
       O ritual das uvas passou a ser frequente, e todas as vezes Sílvia não me deixava ouvir, mas depois me contava tudo, contava em detalhes, contava da lingerie que estava usando, e me contava também quando não estava usando lingerie, Sílvia sabia exatamente o que estava fazendo, sabia que eu ia ficar louco, era mais uma das suas torturas, não adiantava nada que eu fizesse, Sílvia não deixava, e eu sabia que forçar a barra com ela não ia ser uma boa opção, tinha que encontrar um jeito de convence-la.

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