segunda-feira, 23 de junho de 2014

Cap. 5 - CONTINUANDO - Pag. 1

CONTINUANDO

        Cheguei no Rio de Janeiro por volta das treze horas, minha cabeça dava voltas, mas dava voltas em torno do mesmo assunto, não conseguia parar de pensar, ficava passando o filme na minha cabeça, lembrando de cada detalhe, me perguntava se aquilo tudo não havia sido um sonho, se minha imaginação e meu desejo não estavam me traindo. Mas o bilhete e as marcas das unhas nas minhas costas me davam a certeza de que tinha sido tudo muito real.
        Estava morrendo de vontade de ligar para ela, mas Sílvia tinha deixado claro no bilhete que ela me ligaria, então era melhor aguardar o contato, com certeza ela estaria o dia inteiro envolvida em reuniões ou com atividades que iam requerer a sua atenção, então se eu ligasse iria atrapalhar, mas é claro que essa espera seria torturante.
       Quando foi por volta das dezoito horas finalmente Sílvia ligou, estava com uma voz bem calma, ela não entrou diretamente no assunto, começou fazendo rodeios, perguntou como tinha sido a viagem de volta, se tinha tido um bom voo, respondi que foi tudo bem, que o voo foi tranquilo, mas eu não estava me aguentando de vontade de falar no assunto, então perguntei o que ela tinha achado, Sílvia disse que o bilhete já deixava isso claro, mas eu queria ouvir dela.
        Então Sílvia disse o que eu queria ouvir, disse que tinha sido tudo maravilhoso, que foi difícil sair de manhã, me deixar na cama sozinho, quando a sua vontade era ficar ali do meu lado, teve vontade de chutar tudo para o alto e ficar ali comigo, mas nós não poderíamos ser irresponsáveis, havia outras coisas envolvidas, então, mesmo querendo ficar, ela foi. Disse que ficou algum tempo sentada na beira da cama, apenas me observando, me vendo dormir, ai escreveu o bilhete, me deu um beijo e saiu.
        Eu disse que aquela havia sido a noite mais maravilhosa da minha vida, e que queria muitas outras noites iguais aquela. Sílvia respondeu que também queria isso, mas que o momento que vivia ainda não permitia que nós pudéssemos realizar tudo que queríamos. Eu disse que entendia, e que teria paciência para esperar até que tudo se resolvesse. Sílvia ficou feliz em ouvir isso, confessou que tinha medo de me perder, que a situação dela pudesse atrapalhar tudo, eu procurei tranquiliza-la, dei-lhe a segurança para que ela pudesse resolver tudo, sem ter medo de me perder.

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