terça-feira, 10 de junho de 2014

PRECONCEITOS

Semana passada postei coisas relacionadas a preconceitos, esse assunto me incomoda um pouco. É difícil imaginar que depois de tantos anos, de tantos questionamentos, ainda temos esse monte de preconceitos.

Acho que todo mundo tem algum tipo de preconceito, eu também tenho, mas tento lutar contra ele. Tento fazer ele sumir, ou pelo menos diminuir. E como podemos fazer isso? Questionando. Perguntando os “Por que”.

A palavra preconceito vem da aglutinação do prefixo “pre” com a palavra “conceito”, ou seja, é um conceito que você já tem previamente, antes mesmo de analisar a situação você já tem um conceito formado.

E de onde vem esse conceito? Talvez dos nossos pais, eles nos passaram as ideias (e os preconceitos) deles, nós simplesmente aceitamos como sendo verdade absoluta, sem questionar. E por que aceitamos? Por que vieram de pessoas em quem confiamos, então aceitamos como sendo certos, sem parar para analisar.

Talvez esse seja o problema, nem paramos para analisar a situação e já temos uma ideia formada, e claro, algumas vezes essa ideia formada pode não corresponder a realidade.

Por que temos preconceito racial? Que diferença faz a cor da pele da outra pessoa? Muda alguma coisa? Alguém conhece um cego com preconceito racial? A pele de outra cor tem cheiro diferente?

Existe todo tipo de preconceito, racial, religioso, sexual, político, etc. Tudo que é diferente do que achamos “certo” é rejeitado, e consequentemente, encarado como “errado”. Depois da rejeição vem a aversão.

Eu não acredito que um dia vamos conseguir viver sem preconceitos, nem num futuro distante, a cabeça das pessoas é muito complicada. Mas podíamos pelo menos amenizar as coisas, se você não gosta de alguma coisa (e isso é um direito que lhe assiste), simplesmente se afaste, não precisa ir até lá dizer na cara de outra pessoa que você não gosta disso ou daquilo, fica na sua.

A garota quis fazer filme pornô para levantar um dinheiro, e daí? O problema é de quem? Dela. E o que você tem a ver com isso? Nada. Então o que te da o direito de ir lá xinga-la? Faça um teste, experimente se colocar no lugar da outra pessoa, como você ia se sentir sendo julgado? Sendo chamado de sei lá o que.

Tirando os preconceitos de ordem religiosa, geralmente quem tem preconceitos faz parte de uma minoria, uma feliz minoria que teve facilidade na vida. Eu sou homem, branco, hetero, sempre estudei em escolas particulares (menos na universidade, ai foi federal, porque a grande maioria dos que entram nas federais são os que frequentaram as melhores escolas), nunca passei necessidades, é fácil para mim julgar.

Mas se eu fosse negro, homossexual e portador do vírus HIV? Como seria minha vida? (se é que eu poderia chamar de vida).

Se você quer ser preconceituoso, se você vive bem assim, ótimo, tudo bem, sem problemas. Mas deixe os outros em paz, cuide apenas da sua vida, você já vai estar ajudando muito.

Esse post era para ter acabado no parágrafo anterior, mas depois do post da moça que se matou, eu recebi uma mensagem de uma amiga chamando a atenção para um fato, e essa mensagem me fez escrever um pouco mais.

Realmente a história da moça é triste, afinal, se matar por não aguentar a pressão é uma decisão extrema, muito difícil mesmo, que demonstra o nível de desespero que a pessoa se encontrava. Mas o fato que minha amiga me chamou a atenção, é que existem outras situações que acontecem todos os dias e ninguém se choca mais.

Ninguém se choca pelas idosas que ficam pedindo dinheiro nos semáforos, pessoas que deveriam estar descansando, mas que ainda tem que lutar pelo seu sustento. Crianças abandonadas, vivendo nas ruas, etc. São reflexos da desigualdade social instalada no nosso país.

Esses são problemas sérios também, e que não nos chocam mais. A lista é grande, problemas não faltam, porém, se cada um fizer um pouco, quem sabe um dia mudamos tudo isso.

Mas minha amiga tem razão, não devemos ficar tristes apenas pelas moças bonitas que sofrem bullying.

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