segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Cap 4 - O ENCONTRO - Pag1

O ENCONTRO

O tempo estava passando, a cada dia eu deseja ainda mais estar com ela, e a espera se tornava angustiante, eu evitava ficar falando no assunto, não queria parecer chato, e sabia que ela estava tentando de todas as formas resolver a sua situação, somente assim seria possível um encontro, nós estávamos apaixonados, mas faltava um encontro, faltava o “face to face”, tínhamos que nos olhar nos olhos.
        Um dia eu toquei no assunto, perguntei como estavam as coisas, ela respondeu que não queria criar expectativas, mas que achava que íamos poder nos encontrar em breve, isso me deixou muito feliz, comecei a imaginar como seria esse encontro, minha cabeça dava mil voltas. Uns dias se passaram até que ela confirmasse, finalmente havia me permitido ir encontra-la, a situação já estava se resolvendo, o que permitiu que eu fosse até ela.
        A espera foi longa, foram alguns meses em que ficamos vivendo basicamente de e-mails e telefonemas, minha ansiedade era enorme, me sentia um adolescente, ou como um garoto que espera o final do ano para ganhar o seu presente de natal, e eu não tinha a menor dúvida de que ela iria transformar esse encontro em algo muito especial.
Ficamos falando desse encontro a semana toda, ainda não havia uma data marcada, mas eu sabia que estava perto, e isso me deixava louco, eu não queria ficar perguntando o tempo todo, mas eu já não aguentava mais essa espera, queria logo saber quando, onde e como o encontro seria, mas ela não parecia ter a menor pressa em me dizer, para variar aproveitava a situação para me torturar um pouco.
Até que finalmente ela me disse quando seria, mandou um e-mail dizendo apenas o seguinte: “chegue no aeroporto de Congonhas na próxima quinta-feira às vinte e uma horas, e não se atrase”, não foi exatamente do jeito que eu havia imaginado, ela não me disse muito, fiquei cheio de dúvidas, tive que perguntar o que eu deveria fazer quando chegasse lá, e para ser sincero não fiquei surpreso quando ela simplesmente não me respondeu, eu voltei a insistir, e para que eu parasse de fazer perguntas ela disse apenas para eu estar no local determinado na hora marcada, e eu teria uma chance de conhece-la, isso me pareceu meio loteria, como assim uma chance? Ela respondeu dizendo que seria a única chance que eu teria, que se não soubesse aproveitá-la ela não sabia me dizer quando eu teria outra chance , ou até mesmo se teria uma nova chance. Claro que isso me deixou muito preocupado, mas ela estava irredutível, era a minha chance, e mais nada.
Então pensei em chegar na quarta-feira para não ter chance de atraso, mas ela disse não, não era para chegar antes, era para chegar em São Paulo às vinte e uma horas. Ela não estava facilitando em nada as coisas para mim, isso era a cara dela, tinha que ser do seu jeito, corri para o site das companhias aéreas, fui ver como estavam os horários dos voos, não poderia me atrasar. Tinha uma ponte aérea que saía do Santos Dumont às dezenove horas e quarenta e cinco minutos, parecia perfeito, ia chegar em São Paulo por volta das vinte horas e cinquenta minutos, bem na hora que ela queria, então fiz logo a reserva.
       Quando eu ia dizer o horário do meu voo ela disse que não era necessário, estranhei aquilo, como ela iria me achar? Perguntei se tinha certeza que não ia querer, e ela confirmou que não queria, como a conheço sei que não se deve insistir muito, então não falei mais nada, mas claro que fiquei preocupado, e com a cabeça cheia de dúvidas, o que será que ela estava armando? Estava na cara que havia alguma coisa, ela não dava ponto sem nó.
A partir daquele momento minha cabeça passou a trabalhar quase que exclusivamente para descobrir o que estava sendo planejado, às vezes eu tentava descobrir alguma coisa, tentava puxar a língua dela, mas era inútil, ela sabia o que eu estava tentando fazer e não me dizia nada, e ainda me ameaçou de cancelar tudo se eu ficasse tentando adivinhar, como eu a conheço bem, sei que ela é capaz de fazer isso mesmo, então achei prudente deixa-la quieta.
        A única coisa que eu perguntei foi sobre o tempo de permanência em São Paulo, como eu iria chegar às vinte e uma horas achei que não iria dar para voltar na mesma noite, então iria ficar pelo menos uma noite em São Paulo, a única coisa que me respondeu foi que era para eu não me preocupar com isso, ela estava cuidando de tudo, ela realmente não estava disposta a me dar nenhuma dica, teria que ir no escuro mesmo.

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