quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Cap4 - Pag5

        Peguei o elevador e subi até o andar da suíte, tudo era perfeito no hotel, tudo muito arrumado. Saí do elevador e procurei para que lado era a suíte, fui andando com passos lentos, já havia passado por muita coisa, ela tinha transformado esse encontro numa verdadeira montanha russa, já passavam das vinte e duas horas e eu nem tinha percebido o tempo passar.
        Dei uma parada em frente à porta da suíte, respirei fundo, aquele era o momento pelo qual eu havia esperado durante meses, e estava bem ali a minha frente, prestes a se realizar, senti o coração batendo forte, acelerado, mas já havia esperado demais, era hora de acabar com esse sofrimento. Coloquei o cartão na porta, enfiei a chave na fechadura, girei, e abri a porta.
Fui empurrando a porta lentamente, havia uma luz acesa, logo na entrada, para que eu pudesse entrar sem tropeçar em nada, mas era uma luz forte e virada para a porta, no resto da suíte só penumbra, a luz forte me deixou temporariamente cego, até que meus olhos começassem a se acostumar com a escuridão.
        Dei alguns passos dentro da suíte e parei, o silêncio era total, dava para ouvir o meu coração batendo acelerado, eu também não disse uma palavra, fiquei em silêncio aguardando para saber o que me esperava, ela havia criado um clima de mistério naquele ambiente, mas pude perceber na suíte um perfume que eu conhecia.
        Aos poucos minha visão foi se acostumando com a escuridão, não havia sinal dela, só os móveis, a suíte tinha dois ambientes, na entrada uma espaçosa sala, da sala havia uma passagem para o outro ambiente que deveria ser o quarto, a sala tinha uma grande janela de vidro que ia do chão até o teto e de um lado a outro da parede, com uma porta também de vidro bem no meio, e essa porta dava para a varanda. Pela vidraça pude ver algo com o qual eu iria me acostumar, o luar, a lua seria uma das grandes aliadas dela, estaria sempre presente.
Na sala havia um sofá, uma mesa de madeira maciça, retangular, ao redor dela duas cadeiras entalhadas, em cima da mesa um balde com gelo, também havia uma garrafa que eu imaginei ser champagne, e ao lado do balde duas taças. De frente para a vidraça havia uma poltrona, uma poltrona de couro, com encosto alto, e braços bem fortes.
        Dei mais alguns passos dentro da suíte em direção à vidraça, foi só ai então que ouvi a voz dela, ela disse em tom baixo: “Fez boa viagem amor?”. A voz vinha do quarto, me virei e olhei na direção de onde veio a voz, mas não pude ver quase nada, apenas a silhueta dela, e antes que eu pudesse ir em sua direção ela completou: “porque você não tira o paletó e se senta? Deve estar cansado da viagem”, sabia que era isso que ela queria que eu fizesse, sabia também que tudo isso estava planejado, então o melhor a fazer era não estragar o que tinha sido tão minuciosamente planejado.
Tirei o paletó, coloquei numa das cadeiras, e me sentei na poltrona, olhando na direção da vidraça, foi só ai que percebi a posição em que a poltrona estava, ela estudou em que posição deveria colocar a poltrona, de modo que eu não pudesse vê-la quando saísse do quarto. Ela foi extremamente meticulosa, detalhou cada passo, me senti como se fosse a sua “presa”, ela me colocou onde queria. Meu coração acelerou novamente.

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