terça-feira, 31 de março de 2015

Por que as mulheres devem ter um pouco de 'Leila Diniz'.

Brasil Post |  De Andréa Martinelli

A atriz Leila Diniz morreu há 43 anos, no dia 14 de junho de 1972, em um acidente aéreo na Índia. Ela tinha apenas 27 anos, deixou uma filha de seu relacionamento com o cineasta Ruy Guerra, e uma marca na história. Autêntica e controversa, Leila Diniz criou seu lugar no mundo e fez a diferença quando liberação sexual e o universo feminino não estavam em pauta em um Brasil silenciado pelo regime militar.

Mesmo com todas as dificuldades impostas, ela se tornou uma das atrizes mais populares do Brasil, símbolo sexual, transgressora e ícone feminista. Amada e odiada ao mesmo tempo, seu comportamento desafiou o machismo e o destino tratou de fazer dela um mito. Tanto que, Rita Lee, na música "Todas as Mulheres do mundo" canta que "Toda mulher é meio Leila Diniz". E a gente acredita que sim (ou que pelo deveriam ter um pouquinho da ousadia e do empoderamento típico dela). Eis os motivos:

Ela quebrou tabus

Quem disse que gravidez é doença, mesmo? Quem não se lembra da imagem dela grávida na praia de Ipanema, com barrigão de fora, mostrando que gravidez não era doença? E que uma grávida poderia ser sensual, sim, senhor. E rompeu com o estigma de mãe solteira: uma escolha feliz e consciente.

Pregou o amor verdadeiro (e livre)

Em 1969, Leila foi entrevistada pelo semanário carioca O Pasquim. Ela falou abertamente sobre tudo - carreira, cinema, teatro, sexo, amor. Suas declarações chocaram e foi nessa entrevista que substituíram os palavrões que Leila falava por asteriscos. Foi ali que ela também disse que "você pode amar muito uma pessoa e ir pra cama com outra. Isso já aconteceu comigo."

Influenciou as novas gerações de mulheres

Ao afirmar publicamente suas ideias sobre liberdade sexual, recusar modelos tradicionais de família e contestar a famosa lógica da dominação masculina (alô, Pierre Bourdieu!), Leila passou a ser a personificação da transformação que a condição feminina no Brasil necessitava. Não é à toa que ela é apontada como uma feminista intuitiva que influenciou as novas gerações de mulheres.

(SE SER FEMINISTA HOJE JÁ É DIFÍCIL, IMAGINE HÁ 50 ANOS, QUANDO O MACHISMO E A INTOLERANCIA ERAM MAIORES. ELA ERA MUITO CORAJOSA)

Fonte: http://www.brasilpost.com.br/2015/03/25/mulheres-leila-diniz_n_6935848.html?utm_hp_ref=brazil&utm_hp_ref=brazil

Nenhum comentário:

Postar um comentário