quarta-feira, 30 de julho de 2014

CAP. 5 - FINAL

        Na segunda-feira seguinte quis saber como havia sido o salto, ela disse que tinha sido ótimo, o céu estava com poucas nuvens, e na verdade não foi um salto, foram dois saltos, fiquei curioso e perguntei quanto custava um salto desses, ela respondeu duzentos e cinquenta reais cada um. Achei o preço meio salgado, perguntei o que saltar tinha de tão bom, a resposta foi simples: “A sensação de liberdade”. Sílvia era como um pássaro, tinha que ser livre, para alçar os voos que quisesse, tentar reprimi-la seria suicídio.
Uma dúvida ficou assombrando minha cabeça durante o final de semana, eu não quis tocar no assunto, ela também não mencionou, mas eu não conseguia esquecer, com quem tinha ido fazer esses saltos? Sozinha? Não resisti e acabei perguntando, e pedi que dissesse a verdade, não queria ser enganado, ela respondeu que tinha ido sozinha. Confesso que isso me deixou muito aliviado.
Sílvia parecia renovada após os saltos, estava mais disposta, com certeza isso lhe fazia muito bem. A semana foi transcorrendo normalmente até que na quarta-feira ela me avisou que iria sair mais cedo, e que na quinta-feira chegaria mais tarde, e como era do seu feitio, não deu muitos detalhes, até ai tudo bem, não tinha nada de novo. Fui para casa normalmente, tudo dentro da rotina, mas isso só durou até às três horas da madrugada, nessa hora meu celular tocou, era ela. Quase cai da cama, custei a acreditar, atendi o mais rápido que pude, sua voz me despertou completamente:
- Oi amor.
- Oi amor, o que houve?
- Nada....rsrsr... gostou da surpresa?
- Nossa amor, adorei... onde você está?
- Estou numa agência do banco, estamos testando a implantação de um novo sistema, e para fazer esse tipo de teste é melhor fazer nesse horário, se der algum problema o impacto é menor, tem poucos clientes usando o sistema nesse horário.
- Entendi. É, tem toda lógica, mas precisava você acompanhar?
- Sim, essas coisas eu acompanho pessoalmente, não delego para ninguém.
- Ai você aproveitou para me fazer essa surpresinha....rs
- Sim, te acordar com beijos...
- Nossa amor, que delícia, adorei.
- E por falar em delícia, como você está ai?....rs
- Hummmmmmm.... to daquele jeito amor
- Sem nada?
- Nadinha.
- Hummmmmmmm.... que vontade de estar ai com você.
- Ia ser maravilhoso.
- Eu ia acabar com você....rs
- Então vem....rs... Já to daquele jeito.....
- Tarado....rs
- Vem amor...
- Eu vou trabalhar, e você vai dormir...rsrs... só liguei para te dar um beijo, para te desejar bons sonhos e para dizer que te amo.
- Nossa amor, adorei a surpresa, por mim acordaria todas as noites com você me ligando, vou ter lindos sonhos com você, também te amo.
- Beijos meu amor.
- Beijos amor.
Depois que desligamos fiquei olhando para o celular, para ter certeza que aquilo tinha realmente acontecido, que não havia sido sonho. Acabei adormecendo, acordei com o despertador tocando, abri os olhos, me lembrei de tudo que tinha acontecido durante a noite, novamente tive dúvidas, teria sido o um sonho? Peguei o celular e vi a ligação, foi real mesmo, aquilo aconteceu, tive vontade de ligar para ela, mas sabia que não era possível, e de qualquer maneira a essa hora ela estaria dormindo ainda. Mais uma vez ela me surpreendeu.
Assim que cheguei no escritório mandei um e-mail, sabia que ela não estaria lá para responder, mas assim que chegasse já encontraria o e-mail, no e-mail disse o quanto gostei da surpresa, que havia sido maravilhoso.Por volta do meio dia Sílvia me ligou, perguntando se eu havia dormido bem..rs... eu disse que tinha dormido muito bem, que tinha tido uma noite divina, ela me chamou de exagerado..rs
Sílvia era realmente uma mulher imprevisível, a palavra “rotina” para ela não tinha o menor sentido, devia odiar essa palavra. Então a vida ao seu lado era uma verdadeira montanha russa, nunca dava para ter certeza sobre o que iria acontecer, essa era uma das suas característica mais fortes, e claro que isso tornava a vida uma coisa deliciosa, mas a intensidade com que ela vivia a vida também se manifestava quando era contrariada, então, da mesma forma que fazia de mim o homem mais feliz do mundo, também poderia me fazer sentir o peso da sua mão.

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